Caminhos Alquímicos: Paracelso, a Natureza e o Despertar do Curador Interior

🔥 Alquimia Operativa | News #014

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Paracelso possuía uma visão muito particular sobre a medicina alquímica.

Uma de suas obras mais abrangentes sobre o tema é o Liber Paragranum — infelizmente ainda indisponível em língua portuguesa. A edição que possuo está em espanhol, adquirida na Amazon da Espanha (mesmo lá, é uma raridade difícil de encontrar).

💡 A boa notícia é que estou trabalhando em uma tradução para a língua portuguesa do Liber Paragranum. Tão logo ela esteja disponível, informarei por aqui.

A seguir, compartilho um excerto no qual o mestre Paracelso aborda a Filosofia da Medicina Alquímica. Vale observar que Paracelso se refere aos alquimistas curadores como “médicos”.

Não se trata de uma leitura a ser feita com pressa, mas sim degustada lentamente, relida com atenção e meditada com profundidade.

Filosofia segundo Paracelso

O que é a Filosofia, senão a natureza invisível das coisas?

Aquele que conhece o Sol e a Lua com os olhos fechados carrega dentro de si a essência do Sol e da Lua — tal como existem no céu e no firmamento. Essa é a verdadeira Filosofia: ela habita o interior do ser humano tanto quanto o mundo exterior, mas permanece inacessível para a maioria. É como olhar-se num espelho — vemos a imagem, mas não tocamos a essência.

Assim como nos observamos no espelho, ponto por ponto, o médico deve conhecer o ser humano em profundidade, lendo-o através do espelho dos quatro elementos. Ele deve ser capaz de representar o Microcosmo em sua totalidade, enxergando através de si mesmo como se olhasse por uma galeria branca encerrada em vidro transparente.

O médico precisa penetrar o mistério do homem como se contemplasse uma gota de orvalho onde cada partícula se revela, ou como uma fonte cristalina em que se podem contar as pedras, ver os grãos de areia, perceber as cores e as formas.

Da mesma maneira, o corpo humano deve ser para ele tão transparente quanto o cristal polido, onde a menor mancha não pode se esconder.

Sobre essa Filosofia se erguem os fundamentos da Medicina. É um movimento que vai do exterior ao interior. O que está dentro não existe sem o que está fora, pois o exterior é a matriz do interior.

O homem é, portanto, um reflexo no espelho — imagem dos quatro elementos. Quando esses elementos se dissolvem, o homem também desaparece. O reflexo do mundo exterior se fixa no espelho e permite o surgimento da imagem interior.

Assim também a Filosofia é a ciência total, o saber que dá brilho ao espelho. Mas ninguém pode compreender sua verdadeira natureza apenas olhando o próprio reflexo. O que vemos no espelho é uma imagem morta, ilusória.

Do mesmo modo, o homem, por si só, não é nada. Ele nada contém além do que recebe do mundo exterior, do qual é apenas reflexo. Suas palavras, sua voz, sua linguagem — são todas expressões limitadas e imprecisas.

O médico precisa ir além. Não deve contentar-se com a imagem superficial refletida no espelho do paciente, com palavras vagas e confusas. Ele deve conhecer, com empenho e constância, o Microcosmo humano por meio da Mãe que o gerou — a Natureza.

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